“Faz frio. Mas depois de uns dias de aguaceiros,
Vibra uma imensa claridade crua.”
O vento corre suavemente
Enquanto eu sinto a solidão a invadir-me…
A música que oiço fere-me a alma
Assim como o lobo fere o cordeiro.
Tudo em meu redor está vivo,
Excepto o pobre cordeiro… e eu…
Ah! Quem me dera ser lobo
E dominar todos os meus pensamentos…
Mas triste cordeiro sou eu,
Vivendo na ânsia do por vir…
E o tempo corre e tudo foge
Menos esta vontade de sucumbir,
Mas dentro de mim ainda reside a esperança
De que dias de luz chegarão…
E aí o manso cordeiro abandonará a claridade crua,
Do bosque negrume em que se encontrava…
E então viverá iluminado,
Na vida com que sempre tinha sonhado…
2009