Absurda, foi também a intensidade que colocou em cada uma delas.
Escreveu com ritmo como se fosse o ritmo de seu coração a bater.
Mas, o coração já não batia. Estava vazio. E só.
A respiração era ofegante mas, as palavras, essas traziam o ar de que necessitava.
Escrevia quase sem pensar.
A certa altura lembrou-se até mesmo de Pessoa. Imaginou-o em pé junto à cómoda a escrever à máquina, sem parar, sem pensar. Assim como agora ela o fazia. Ela nunca seria um Pessoa. Também nunca o quis ser.
Mas, aquele escrever constante, aquele colocar de palavras (mesmo sem sentido) em frases trazia-lhe conforto.
Conforto que procurava, que precisava, que ansiava, que sabia onde estava mas, não ousava ir buscá-lo.
Mas, aquele escrever constante, aquele colocar de palavras (mesmo sem sentido) em frases trazia-lhe conforto.
Conforto que procurava, que precisava, que ansiava, que sabia onde estava mas, não ousava ir buscá-lo.
Por que haveria de buscar algo que não poderia adquirir?
E o som das teclas enquanto escrevia embalavam-na, acariciavam-lhe as pontas dos dedos com afagos ao leve enquanto ela as pressionava até ter as frases completas.
Depois de cada sinal de pontuação olhava de relance para a frase. Elas assim permaneceram: estáticas, petrificadas no momento como uma escultura que ficou por terminar.
Afinal, escrever é também esculpir. É tudo arte a florescer.
Que comparação tão absurda!
E, a quantidade de palavras que ela escreveu hoje, foi absurda.
Depois de cada sinal de pontuação olhava de relance para a frase. Elas assim permaneceram: estáticas, petrificadas no momento como uma escultura que ficou por terminar.
Afinal, escrever é também esculpir. É tudo arte a florescer.
Que comparação tão absurda!
E, a quantidade de palavras que ela escreveu hoje, foi absurda.